As Neurociências e a Neurocirurgia têm demonstrado o quanto conhecer e entender o funcionamento do cérebro humano é fundamental para o combate de algumas doenças, como as neurodegenerativas e as neuropsiquiátricas.
Novas descobertas também contribuem para o tratamento de condições que podem levar à perda de qualidade de vida de milhões de pacientes em todo o mundo, como no caso da Doença de Parkinson, da distonia e da epilepsia.
Um dos órgãos do sistema nervoso, o cérebro representa apenas 2% da nossa massa corporal, mas consome mais de 20% do nosso oxigênio. Ele comanda as ações motoras do corpo, a integração dos estímulos sensoriais e as atividades neurológicas como o raciocínio, a memória e a fala.
Fatos curiosos sobre o cérebro:
- O cérebro humano possui aproximadamente 100 bilhões de células do sistema nervoso central, os neurônios, e cada neurônio é conectado a 10 mil outros neurônios.
- Diversos fatores modificam o rearranjo das conexões neurais, como lesões, doenças degenerativas, novas experiências, estímulos sensoriais e aprendizados. É a chamada neuroplasticidade, ou seja, a capacidade do cérebro reorganizar seus caminhos sinápticos em resposta a esses fatores.
- A plasticidade sináptica (capacidade que o cérebro possui de reorganizar seus caminhos sinápticos) pode ser reforçada ou inibida, e a Medicina estuda o impacto do reforço e da inibição dessas conexões tanto na prevenção quanto no tratamento de doenças.
- Sabe-se que no caso da Doença de Parkinson, por exemplo, existe um excesso de sincronização dos neurônios. Dizemos que dois neurônios estão sincronizados quando disparam os sinais elétricos ao mesmo tempo.
- Dependendo da localização e da gravidade da lesão, o cérebro pode se recuperar completamente.
- Exercícios físicos fazem bem ao cérebro. Pesquisas sugerem que o órgão parece funcionar melhor quando está repleto de uma proteína chamada catepsina B, e as pessoas produzem mais essa proteína quando se exercitam.
- Nosso cérebro muda: será diferente daqui a uma semana e bem mais diferente daqui a 10 anos.
- Podemos ganhar ou perder habilidades dependendo do uso do nosso cérebro. Portanto, o órgão pode ser modificado pelos nossos hábitos.
- Estudos reforçam que o sono “limpa” nossa memória e “libera” espaço no cérebro para que esteja pronto para reter e processar mais informações no dia seguinte.
- Antigamente, acreditava-se que as pessoas já nasciam com todas as células cerebrais que teriam por toda a vida, mas pesquisadores têm demonstrado que o cérebro continua a ganhar novos neurônios ao longo da vida.
Um estudo publicado na revista Nature Medicine analisou os cérebros de 58 pessoas falecidas, quando tinham entre 43 e 97 anos de idade, e conseguiu identificar neurônios imaturos ou “novos” nos cérebros examinados. O assunto é considerado polêmico e se espera a realização de mais estudos conclusivos nesta área.
Referências:
- Artigo: Estudo aponta que cérebro continua a ganhar novos neurônios ao longo da vida da BBC News;
- Portal Cérebro e Saúde do CEPID Brainn;
- Site do CEPID Brainn (Brazilian Institute of Neuroscience and Neurotechnology).