Novidade no blog
Conheça nossa nova seção: a Neuro Descomplicada. Aqui traremos periodicamente alguns dos principais acontecimentos do momento para a área médica, além de muita informação sobre neurologia, neurocirurgia e outros assuntos interessantes de saúde e bem-estar. Fique atento e não perca!
Um dos temas de destaque que reuniu mais de mil neurologistas no Congresso da Sociedade de Neurociência, em San Diego, nos Estados Unidos, no ano passado, foram as pesquisas que recorrem ao uso de substâncias psicodélicas naturais ou análogas no tratamento de uma gama de doenças mentais, como a depressão, por exemplo, e do controle da dor.
O uso desse tipo de substância é polêmico pelo efeito alucinógeno e por levar à dependência química, mas novos compostos que não têm esse tipo de efeito colateral vêm sendo estudados. Tais análogos, inclusive, podem resultar em novos medicamentos para a indústria farmacêutica.
Embora seja um tema que exija mais estudos, podemos pensar em novas abordagens de tratamento, alternativas para o controle da epidemia de doença mental que vivemos hoje no mundo. Um problema de saúde pública que aumentou 25% somente no primeiro ano da pandemia, segundo levantamento da Organização Mundial da Saúde.
O engenheiro biomédico e pesquisador Alex Kwan, da Universidade de Cornell, analisa um composto específico encontrado em alguns cogumelos que se mostrou eficaz na geração de novas conexões entre neurônios em camundongos. Palestrante do Congresso, ele trouxe dados promissores. Segundo a pesquisa, o composto aumentou em 10% o número e tamanho de estruturas cerebrais que se entendem de uma célula nervosa a outra e recebem informações de outras células.
Vale ressaltar, no entanto, que o uso de alucinógenos para fins terapêuticos é ainda proibido e não recomendado. Mas o fato é que, se esses estudos avançarem, podemos ter uma alternativa capaz de mudar a plasticidade cerebral. Conseguiremos alterar o sistema nervoso com o intuito de melhorar a saúde dos pacientes? Não podemos afirmar nada agora, mas quem sabe no futuro? Estamos no início de um longo processo, mas o cérebro está sempre nos surpreendendo.