Novidade no blog

Conheça a nova editoria do meu blog: a Neuro Descomplicada. Aqui traremos periodicamente alguns dos principais acontecimentos do momento para a área médica, além de muita informação sobre neurologia, neurocirurgia e outros assuntos interessantes de saúde e bem-estar. Fique atento e não perca.

Recentemente, uma das maiores cantoras brasileiras revelou à imprensa brasileira que foi diagnosticada com o vírus Epstein-Barr, conhecido como o causador da “doença do beijo”. Nos últimos dias, devido à repercussão do fato, muito se fala sobre a associação da doença com a esclerose múltipla (EM). Mas será que o diagnóstico é determinante para o desenvolvimento da doença? Entenda mais sobre o assunto hoje no nosso blog, em mais um texto da editoria Neuro Descomplicada.

Um estudo inédito publicado em janeiro de 2022 na revista Science trouxe uma nova descoberta sobre a possível relação entre o vírus e a esclerose múltipla (EM). Avaliando 10 milhões de pessoas nos Estados Unidos, o levantamento testou a hipótese de que a EM possa ser causada pelo vírus Epstein-Barr, responsável pela conhecida doença do beijo (mononucleose). A pesquisa descobriu que quase todos os casos de esclerose múltipla testados eram precedidos pela mononucleose.

Entretanto, é importante reforçar que não há razão para pânico: a infecção viral pode aumentar o risco da EM em pacientes com predisposição genética ao desenvolvimento da doença autoimune, mas este não é um fator determinante, como enfatizado também esta semana em um comunicado divulgado pelo Ministério da Saúde. O vírus isoladamente, portanto, por si, não é um causador da doença neurodegenerativa.

A pesquisa da Science, entretanto, sugere positivamente que uma vacina contra o vírus Epstein-Barr poderia reduzir também a quantidade de casos da doença neurológica no mundo.

A esclerose múltipla é autoimune, atingindo o cérebro, a medula espinhal e os nervos ópticos. As lesões nos nervos causam distúrbios na comunicação entre o cérebro e o copo. O sistema imunológico ‘ataca’ a mielina, uma camada protetora que envolve os neurônios, atrapalhando os comandos do cérebro.

A EM afeta principalmente jovens e adultos entre 18 e 55 anos. Não existe cura ou uma prevenção possível. Porém, pode ser tratada de forma adequada com medicamentos, a fim de reduzir a atividade inflamatória. No Brasil, estima-se que cerca de 35 mil pessoas convivam com a condição.